sexta-feira, 28 de abril de 2017


Kusas de nós terra, kenti kenti

 Funaná é un di kés género musikal, di dança originadu na Kabu Verdi.

Kusas de nós terra, kenti kenti



















Diante do meu amor

Diante do meu amor Sou borboleta dançando Em coreografias descompassadas Aturdida e doida Pois fico sem postura Diante do meu amor Sou cabra gazela Pulando e saltitando Com medo de dizer palavras de amor Fico sem postura Diante do meu amor Não sei se calo ou se falo Sou tímida como alecrim Tagarela como os pardais Fico sem postura Diante do meu amor Envergonhada Disparatada Encabulada Desajeitada Fico sem postura Diante do meu amor Leviana como o vento Insegura como a lua Instável como as ondas do mar Fico sem postura Diante do meu amor

Por: Evelise Raven Carvalho

Vem aí o navio negreiro!


Vem aí o navio negreiro! Erguendo a sua bandeira De escravidão! Trazendo negros africanos Desmamados da savana Escondendo contos, cantos e choros De uma África dividida Vem aí o navio negreiro! Erguendo as suas velas De servidão! Trazendo os sonhos da mãe África E açoitando sem piedade A identidade de todos Os negros Vem aí o navio negreiro! Erguendo o seu mastro De ingratidão! Queimando alforrias ao vento E lavando no mar o sangue De um escravo negro africano Lá vai o navio negreiro! Completando a sua rota triangular, Levando Negros Mulatos E mestiços mudos e presos Num sonho de liberdade condicionada





Por: Evelise Raven Carvalho


terça-feira, 25 de abril de 2017

Por um momento


Resultado de imagem para vidios sobre culturaPor um momento acreditei que estivéssemos juntos, eu e tu numa praia deserta, sem sól nem lua sem rio nem mar.
Senti a sua mão tocando a minha, O seu corpo abraçando o meu. Era tudo tão mágico Que nem parecia ser real
Por um momento ouvi sua voz Dizendo nos meus ouvidos Que me desejas e me amas Como a lua ama o sól.
Por um momento eu senti, Uma força sobrenatural Me empurando para ti De uma forma anormal
De repente abri os olhos E aí veio a decepção
Que era só imaginação.
Percebi naquele momento


Por: Ivanilda Cabral

“Porque de Poeta e de Louco...todos nós temos um pouco”

A cultura de um povo é algo indispensável para a qualificação de sua identidade, é nesta óptica que torna-se imprescindível a prática e valorização da escrita literária. A literatura é algo muito ampla e desta forma, contém vários tipos de textos. Porém, neste contexto abordei o gênero poesia. 

Antes demais é importante sabermos o conceito deste gênero literário. No sentido figurado, poesia é tudo aquilo que comove, que sensibiliza e desperta sentimentos. É qualquer forma de arte que inspira e encanta, que é sublime e bela. É importante frisar, que ao longo dos séculos, tem sido usada como forma de expressar os mais variados sentimentos, como o amor, amizade, tristeza, saudade.

Muitos confundem a poesia com o poema, todavia, os dois gêneros não têm o mesmo significado, visto que, poesia é a expressão de um sentimento, como por exemplo o amor. Vários poemas falam de amor. O poema, é o seu sentimento expressado em belas palavras, palavras que tocam a alma. Poesia é diferente de poema. O poema é a forma em que está escrito e a poesia é o que dá a emoção ao texto.
Este gênero lírico, não é muito valorizada pela sociedade, entretanto, a sua prática nas academias pode trazer grandes benefícios aos estudantes, nomeadamente, na questão da escrita e na melhoria do relacionamento com a literatura. Segundo um artigo publicado no site The Atlantic, em um mundo em que temas que instiguem o pensamento crítico e a reflexão são condenados, a poesia tem perdido cada vez mais espaço nas instituições de ensino. Porém, é essencial que os professores não deixem que esse tipo de literatura seja deixado de lado.

O uso de vocabulários diversos e de forma criativa nos poemas e poesias, pode estimular a sua capacidade de expressão fazendo com que escrevam e falam melhor. A arte de improvisar também pode ser alcançada ou desenvolvida através da leitura e escrita deste género.

Tendo em conta que a Uni-CV é a única instituição pública com o carácter de universidade no país, sendo portanto referência para o ensino superior em Cabo Verde, pretende-se saber se esta têm disponibilizado o espaço para a prática desse género lírico.



Grupo “Fora do Palco”

Na nossa sociedade a poesia não tem sido muito valorizada e para o professor universitário Daniel Medina, já foi menos. Porém na academia em foco, tem ganhado cada vez mais espaço.
Se por um lado os alunos têm se sensibilizado com esta, por outro, apesar de terem se encantado com a forma como os alunos melhoram a sua performance devido às declamações feitas nas aulas de “Como falar em público”, a maior parte dos professores não estão sensibilizados.

O professor universitário Daniel Medina considera que a Uni-CV têm dado o espaço para a prática da poesia. A prova disso é a disponibilização do auditório, aparelhagens e outros materiais que a universidade tem fornecido para a realização de aulas extracurriculares de “Declamar em Público”. Aula esta que é lecionada e criada por Medina com o objetivo de ajudar os alunos a desenvolver suas capacidades de falar em público, declamar e apresentar da melhor forma os trabalhos nas salas de aulas.

“Acredito que essa aula é uma oportunidade que apareceu para que eu possa me interagir melhor com o público”, revela a universitária Cristina Gonçalves, que diz ter aprendido a gostar de poemas a partir dessas lições.


Porquê “Fora de Palco”?

O grupo fora de palco surgiu a partir dessa aula com o objetivo de participar em atividades culturais. Inicialmente gratuitamente, mas depois começaram a receber uma pequena gratificação que viria a ajudar com o custo das despesas feitas pelos elementos, isto somente quando se tratava de apresentações em empresas.

O nome “Fora de palco” surgiu precisamente, porque não queriam mostrar os seus talentos apenas no recinto acadêmico, mas também levar este para o mundo fora, daí o motivo para qual surgiu.
Há quatro anos, o estudante de jornalismo, Sidney Cardoso recebeu um convite do professor Medina para participar na aula e desde então tem feito parte dela e de todas as atividades que a compõe. 


Decidiu entrar no grupo, pois, para ele era uma forma de se sentir mais universitário. Isto porque não acredita que um aluno sinta-se aproveitado e proveitoso indo de casa para as aulas e das aulas para a casa. O que o motivou a aceitar o convite foi também o desejo de, aprender a comunicar-se melhor, encarar o público e adquirir conhecimentos vários sobre a cultura geral. “Tudo isso fez-me apaixonar pelo grupo” conclui Cardoso.

O professor que dirigia e que dirige o grupo nem sempre está com eles quando vão declamar, e revela que isto é proposital, “desta forma eles aprendem a cantar, dançar e voar sozinhos” justifica, que se estiver sempre por detrás deles sentir-se-ão sempre superprotegidos. 

Algumas experiências vividas no grupo



O grupo “Fora do palco” surgiu a três anos e oferece grandes oportunidades, como declamar, falar em público e apresentar melhor os trabalhos na sala de aulas, é de realçar ainda que, este grupo permite às pessoas terem mais contato com poemas para lê-las e conhecê-las.

“Depois de ter frequentado estas aulas, passei a ter mais amor pela poesia, embora nunca ter experimentado escrever”, conta a universitária Ruth Goncalves, a quem hoje tornou-se uma amante do “declamar em público”.

Ao entrar para o grupo não conseguiu alcançar todos os seus objetivos, porém a maioria. “Consegui escrever muitos poemas com mais seriedade e paixão. 


Senti-me um homem diferente depois dessa atividade extracurricular. Não conseguimos lançar o livro do grupo que estava previsto e consciencializar os jovens da importância destas aulas, (porque muitos não entendem a sua importância)” expeliu Sidney Cardoso.

Por sua vez, a estudante Cristina Gonçalves relata “No começo, tive uma sensação estranha, visto que, não estava acostumada a enfrentar o público. Porém não foi fácil. No decorrer das aulas comecei a ultrapassar as dificuldades e hoje sinto uma grande diferença. Posso dizer que esta experiência foi bastante enriquecedora”.


“A minha experiência foi muito proveitosa. Como já tinha referido apreendi muito e agora apto para ensinar aos poucos, graças ao Professor Medina. A mensagem que deixo aos outros não é nada mais e nada menos que, apostarem em si próprios para poderem ser si mesmos e ter a ousadia de arriscarem e aproveitarem o que o ensino oferece.”, diz Sidney Cardoso.

O mentor do grupo considera que alguns já têm capacidade para avançar e caminhar sozinhos, apesar de serem desorganizados às vezes. Contudo, diz que estão a faltar líderes no grupo, pois que se tivesse pelo menos dois líderes, as coisas funcionariam melhor. 

“Neste momento alguns deles encontram-se a estagiar e não têm muito tempo para o grupo”, conclui Daniel Medina, e confessa o seu desejo de que os elementos do grupo se tornam mais criativos, motivados, ousados e “atrevidos”. Isto, para além de querer que construam grupos em outras localidades a fim de fazerem encontros e competições entre eles.





A comunicação social tem um papel importante na propagação da cultura Cabo-verdiana e nomeadamente da literatura. Resta saber se tem contribuído para o desenvolvimento da poesia. Para isso traremos alguns pontos de vista acerca do mesmo, alguns programas que têm espaço para a poesia e seus conteúdos.

O jornalista da Tiver João Paulo Gonçalves, afirma que o contributo da Tiver para com a divulgação da poesia não é, ainda satisfatório. “Isto porque neste meio de comunicação social não há um programa específico para retratar somente da poesia. Há um espaço que em que, temporariamente aparece algo sobre a poesia. Falo de “Café Literário, um programa dedicado à literatura”. 



 
CAFÉ LITERÁRIO é um espaço televisivo que divulga e promove o mundo da literatura, junta ao imaginário literário o audiovisual, numa construção que valoriza ainda mais obras e autores. O programa é também um espaço de conversa, com nível à volta de obras e temas e a sua ligação no tempo com o contexto atual da vida cabo-verdiana.  O programa tem lugar todas Quintas Feiras após o telejornal na Televisão Independente de Cabo Verde (TIVER).

Quanto à rádio, pode-se dizer que, como mais antigo meio de comunicação oral em Cabo Verde, tem sido, ao longo dos anos da sua existência, um parceiro de tudo que esteja ligado à Cultura Cabo Verdiana. 
A Poesia teve e tem um papel na transmissão de estado de alma do cabo verdiano nas ilhas e na Diáspora. Juntamente com a Música, a Poesia, levada pelas ondas sonoras da Radio para todos os habitantes das Ilhas e mais recentemente através da emissão online, de um programa da RCV que atende pelo nome de “Música e Poesia”.



De acordo com o apresentador do programa “Música e Poesia” Luis De Sousa Lobo, “o objetivo da criação do Programa foi, é e continuará a ser dar VEZ E VOZ aos Músicos e Poetas das Ilhas, em particular e aos da Lusofonia no geral, para que estas expressões culturais não morram e que continuem a ser conhecidos por todo o mundo”. O mesmo acrescenta ainda que, o programa Musica & Poesia já fez nascer e crescer poetas e também dá a conhecer os grandes vultos da história da Poesia Cabo Verdiana e da Lusofonia. Mas acima de tudo a intenção é manter viva a chama que alimenta a alma de todo o cabo verdiano que tem na Poesia o seu veículo de transmissão do que lhe vai na alma.

O programa é emitido todas as quintas feiras às 23horas na Rádio de Cabo Verde (RCV). É composto por músicas, mais precisamente mornas e poesias.

Poesia que o apresentador Lobo, recebe do público neste momento através do facebook, no messenger e nos email do Musica & Poesia bem como no seu e-mail. Mas têm centenas de cartas guardadas na Rádio em Cabo Verde que lhe foram enviadas durante os mais de 40 anos da sua permanência na rádio e ainda recebe cartas com Poemas.



Nas palavras desse apresentador têm conseguido atingir os seus objetivos em parte. Posto que, os jovens nem sempre viam na poesia algo que fosse mudar o mundo.

 Mas, com a persistência de programas de Rádio e também com a divulgação em outros meios de comunicação existentes em Cabo Verde e mais recentemente com a INTERNET a poesia está bem viva na Alma de todos nós. 

Diz ainda que, até os mais recentes Rappers utilizam a Poesia para fazer chegar as suas mensagens aos responsáveis pela tomada de decisões de todas as Nações. Por isso acredita que não é vã a sua persistência em manter na Rádio de Cabo Verde o MUSICA & POESIA um dos programas mais antigos ainda com vida, vez e voz.

Este termina dizendo que “enquanto tiver VEZ e Voz darei o meu contributo para que a poesia das Ilhas e da Lusofonia vivam e esteja bem presente na vida de todos nós! Porque de Poeta e de Louco...todos nós temos um pouco”.


Tendo chegado ao fim desta reportagem, deixo ao leitor um poema de uma estudante da Uni-CV e elemento do grupo “Fora do Palco”:


                                           
Último poema que eu fiz                                                       


O último poema que eu fiz

Será gravado numa folha seca de papiro  

Mergulhada no oceano

Terá o selo mais bonito feito


Da única areia que transluz o infinito

Será lido por um poeta adormecido

Que passa a eternidade no fio da faca 

Reluzindo os versos mais bonitos 


Que ainda não foram escritos

Abraçará o coração do homem

Que nunca foi poeta 
E da mulher que nunca

Decifrou um verso.
O último poema que eu fiz 
Será encontrado no ponto final
Do meu último suspiro
E será resgatado no beijo frio 
Do meu último adeus!






Bilingue no polo educativo de Ponta d’ Água

   

Patrícia Varela: Desde quando é que foi proposta o ensino do bilingue nesta escola?

Fernando Jorge: O ensino do bilingue foi proposta no ano 2013 /2014, quando o ministério da educação, nos lançou este desafio de instruir e formar os nossos alunos de Ponta d’ Água o bilinguismo.

PV: O estudo do bilingue foi implementado apenas nesta escola?

FJ: Não. Não só a escola de Ponta d’Água como também a escola de Flamengos no conselho de São Miguel cujo Professor é Augusto Correia, acolheram neste ano lectivo a experiência da educação do bilingue em Cabo Verde.

PV: Qual é a sua posição em aceitar esta proposta de ser um dos Professores bilinguista deste estabelecimento?

FJ: Como Professor da escola básica de Ponta d’Água mostrei-me satisfeito com a experiência e considero que a língua Cabo Verdiana é a base para se apreender qualquer outra língua.

PV: Como avalias os alunos nesta fase da adaptação dessas duas línguas?

FJ: O balanço foi positivo, e os alunos demostram á vontade ao falar em Crioulo e expressam as suas ideias e isto tem revelado aprendizagem significativa em duas línguas.

PV: Como sabemos ainda não existe no mercado os materiais didáticos para o ensino e aprendizagem do bilinguismo. Então qual é a sua opinião e dos seus colegas em relação a isso?

FJ: Em relação a isso posso afirmar que as nossas opiniões são unânimes, pois a falta de materiais didáticos são os principais constrangimentos no ensino e aprendizagem do Crioulo.

PV: Se não existe materiais didácticos ,então como é que vocês planejam as aulas?

FJ: As aulas serão sempre planejadas, isto porque somos nós os próprios Professores que têm de procurar, criar e adaptar para seleccionar os conteúdos levar e para sala de aulas.

PV: Na sua opinião o bilinguismo tem “futuro”?


FJ: Eu acho que sim, uma vez que o Ministério da educação e desporto pretendem generaliza-la no futuro por todas as escolas do ensino básico com o objectivo de valorizar a língua Cabo Verdiana e melhorar a aprendizagem da Língua Portuguesa. 

sexta-feira, 21 de abril de 2017

Batuku

Batuku é un tradison de badju ku musica, ki ta bem cumpanhadu de tamboru, kriadu na ilha di Santiagu, el e pratikadu pa mudjeris de nos kabu verdi.


Feru gaita

Tu Mulher




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Tu Mulher
Tu, Mulher
Que ainda nesta idade
Tens esta atividade,
Diz a mocidade,
Que enquanto há vida
Há lida
Se o mundo reconhecer
Que a complexidade da vida
É parecisda á uma teia
Emaranhada
Que, para ser desembrulhada,
                                                    
Merece ser trabalhada,
Deixaria de existir
A droga
O roubo
A guerra e a prostituição
Que o mundo seria mais belo
Seguindo os conselhos
Dos velhos

Autor: José Miranda