A cultura Cabo Verdiana vem na alma e no coração de cada cidadão, então venha acompanhar um pouco de tudo sobre a nossa cultura
sexta-feira, 28 de abril de 2017
Kusas de nós terra, kenti kenti
Funaná é un di kés género musikal, di dança originadu na Kabu Verdi.
Diante do meu amor
Diante do meu amor
Sou borboleta dançando
Em coreografias descompassadas
Aturdida e doida
Pois fico sem postura
Diante do meu amor
Sou cabra gazela
Pulando e saltitando
Com medo de dizer palavras de amor
Fico sem postura
Diante do meu amor
Não sei se calo ou se falo
Sou tímida como alecrim
Tagarela como os pardais
Fico sem postura
Diante do meu amor
Envergonhada
Disparatada
Encabulada
Desajeitada
Fico sem postura
Diante do meu amor
Leviana como o vento
Insegura como a lua
Instável como as ondas do mar
Fico sem postura
Diante do meu amor
Por: Evelise Raven Carvalho
Por: Evelise Raven Carvalho
Vem aí o navio negreiro!
Por: Evelise Raven Carvalho
terça-feira, 25 de abril de 2017
Por um momento
Por um momento acreditei
que estivéssemos juntos,
eu e tu numa praia deserta,
sem sól nem lua
sem rio nem mar.
Senti a sua mão tocando a minha, O seu corpo abraçando o meu. Era tudo tão mágico Que nem parecia ser real
Por um momento ouvi sua voz Dizendo nos meus ouvidos Que me desejas e me amas Como a lua ama o sól.
Por um momento eu senti, Uma força sobrenatural Me empurando para ti De uma forma anormal
De repente abri os olhos E aí veio a decepção
Senti a sua mão tocando a minha, O seu corpo abraçando o meu. Era tudo tão mágico Que nem parecia ser real
Por um momento ouvi sua voz Dizendo nos meus ouvidos Que me desejas e me amas Como a lua ama o sól.
Por um momento eu senti, Uma força sobrenatural Me empurando para ti De uma forma anormal
De repente abri os olhos E aí veio a decepção
Que era só imaginação.
Percebi naquele momento
Por: Ivanilda Cabral
“Porque de Poeta e de Louco...todos nós temos um pouco”
A
cultura de um povo é algo indispensável para a qualificação de sua identidade,
é nesta óptica que torna-se imprescindível a prática e valorização da escrita
literária. A literatura é algo muito ampla e desta forma, contém vários tipos
de textos. Porém, neste contexto abordei o gênero poesia.
Antes demais é importante sabermos o conceito deste gênero literário. No sentido figurado, poesia é tudo aquilo que comove, que sensibiliza e desperta sentimentos. É qualquer forma de arte que inspira e encanta, que é sublime e bela. É importante frisar, que ao longo dos séculos, tem sido usada como forma de expressar os mais variados sentimentos, como o amor, amizade, tristeza, saudade.
Antes demais é importante sabermos o conceito deste gênero literário. No sentido figurado, poesia é tudo aquilo que comove, que sensibiliza e desperta sentimentos. É qualquer forma de arte que inspira e encanta, que é sublime e bela. É importante frisar, que ao longo dos séculos, tem sido usada como forma de expressar os mais variados sentimentos, como o amor, amizade, tristeza, saudade.
Muitos confundem a poesia com o poema, todavia, os dois gêneros não têm o mesmo significado, visto que, poesia é a expressão de um sentimento, como por exemplo o amor. Vários poemas falam de amor. O poema, é o seu sentimento expressado em belas palavras, palavras que tocam a alma. Poesia é diferente de poema. O poema é a forma em que está escrito e a poesia é o que dá a emoção ao texto.
Este gênero lírico, não é muito valorizada pela sociedade, entretanto, a sua prática nas academias pode trazer grandes benefícios aos estudantes, nomeadamente, na questão da escrita e na melhoria do relacionamento com a literatura. Segundo um artigo publicado no site The Atlantic, em um mundo em que temas que instiguem o pensamento crítico e a reflexão são condenados, a poesia tem perdido cada vez mais espaço nas instituições de ensino. Porém, é essencial que os professores não deixem que esse tipo de literatura seja deixado de lado.
O uso de vocabulários diversos e de forma criativa nos poemas e poesias, pode estimular a sua capacidade de expressão fazendo com que escrevam e falam melhor. A arte de improvisar também pode ser alcançada ou desenvolvida através da leitura e escrita deste género.
Tendo em conta que a Uni-CV é a única instituição pública com o carácter de universidade no país, sendo portanto referência para o ensino superior em Cabo Verde, pretende-se saber se esta têm disponibilizado o espaço para a prática desse género lírico.
Grupo “Fora do Palco”
Na
nossa sociedade a poesia não tem sido muito valorizada e para o professor
universitário Daniel Medina, já foi menos. Porém na academia em foco, tem
ganhado cada vez mais espaço.
Se
por um lado os alunos têm se sensibilizado com esta, por outro, apesar de terem
se encantado com a forma como os alunos melhoram a sua performance devido às
declamações feitas nas aulas de “Como falar em público”, a maior parte dos
professores não estão sensibilizados.
O
professor universitário Daniel Medina considera que a Uni-CV têm dado o espaço
para a prática da poesia. A prova disso é a disponibilização do auditório,
aparelhagens e outros materiais que a universidade tem fornecido para a
realização de aulas extracurriculares de “Declamar em Público”. Aula esta que é
lecionada e criada por Medina com o objetivo de ajudar os alunos a desenvolver
suas capacidades de falar em público, declamar e apresentar da melhor forma os
trabalhos nas salas de aulas.
“Acredito
que essa aula é uma oportunidade que apareceu para que eu possa me interagir
melhor com o público”, revela a universitária Cristina Gonçalves, que diz ter
aprendido a gostar de poemas a partir dessas lições.
Porquê “Fora de Palco”?
O
grupo fora de palco surgiu a partir dessa aula com o objetivo de participar em
atividades culturais. Inicialmente gratuitamente, mas depois começaram a
receber uma pequena gratificação que viria a ajudar com o custo das despesas
feitas pelos elementos, isto somente quando se tratava de apresentações em
empresas.
O
nome “Fora de palco” surgiu precisamente, porque não queriam mostrar os seus
talentos apenas no recinto acadêmico, mas também levar este para o mundo fora,
daí o motivo para qual surgiu.
Há quatro anos, o estudante
de jornalismo, Sidney Cardoso recebeu um convite do professor Medina para
participar na aula e desde então tem feito parte dela e de todas as atividades
que a compõe.
Decidiu
entrar no grupo, pois, para ele era uma forma de se sentir mais universitário.
Isto porque não acredita que um aluno sinta-se aproveitado e proveitoso indo de
casa para as aulas e das aulas para a casa. O que o motivou a aceitar o convite
foi também o desejo de, aprender a comunicar-se melhor, encarar o público e
adquirir conhecimentos vários sobre a cultura geral. “Tudo isso fez-me
apaixonar pelo grupo” conclui Cardoso.
O
professor que dirigia e que dirige o grupo nem sempre está com eles quando vão
declamar, e revela que isto é proposital, “desta forma eles aprendem a cantar,
dançar e voar sozinhos” justifica, que se estiver sempre por detrás deles
sentir-se-ão sempre superprotegidos.
Algumas experiências
vividas no grupo
O
grupo “Fora do palco” surgiu a três anos e oferece grandes oportunidades, como
declamar, falar em público e apresentar melhor os trabalhos na sala de aulas, é
de realçar ainda que, este grupo permite às pessoas terem mais contato com
poemas para lê-las e conhecê-las.
“Depois
de ter frequentado estas aulas, passei a ter mais amor pela poesia, embora
nunca ter experimentado escrever”, conta a universitária Ruth Goncalves, a quem
hoje tornou-se uma amante do “declamar em público”.
Ao entrar para o
grupo não conseguiu alcançar todos os seus objetivos, porém a maioria.
“Consegui escrever muitos poemas com mais seriedade e paixão.
Senti-me
um homem diferente depois dessa atividade extracurricular. Não conseguimos
lançar o livro do grupo que estava previsto e consciencializar os jovens da
importância destas aulas, (porque muitos não entendem a sua importância)”
expeliu Sidney Cardoso.
Por
sua vez, a estudante Cristina Gonçalves relata “No começo, tive uma sensação
estranha, visto que, não estava acostumada a enfrentar o público. Porém não foi
fácil. No decorrer das aulas comecei a ultrapassar as dificuldades e hoje sinto
uma grande diferença. Posso dizer que esta experiência foi bastante
enriquecedora”.
“A minha
experiência foi muito proveitosa. Como já tinha referido apreendi muito e agora
apto para ensinar aos poucos, graças ao Professor Medina. A mensagem que deixo
aos outros não é nada mais e nada menos que, apostarem em si próprios para
poderem ser si mesmos e ter a ousadia de arriscarem e aproveitarem o que o
ensino oferece.”, diz Sidney Cardoso.
O
mentor do grupo considera que alguns já têm capacidade para avançar e caminhar
sozinhos, apesar de serem desorganizados às vezes. Contudo, diz que estão a
faltar líderes no grupo, pois que se tivesse pelo menos dois líderes, as coisas
funcionariam melhor.
“Neste momento alguns deles encontram-se a estagiar e não
têm muito tempo para o grupo”, conclui Daniel Medina, e confessa o seu desejo
de que os elementos do grupo se tornam mais criativos, motivados, ousados e
“atrevidos”. Isto, para além de querer que construam grupos em outras
localidades a fim de fazerem encontros e competições entre eles.
A
comunicação social tem um papel importante na propagação da cultura Cabo-verdiana
e nomeadamente da literatura. Resta saber se tem contribuído para o
desenvolvimento da poesia. Para isso traremos alguns pontos de vista acerca do
mesmo, alguns programas que têm espaço para a poesia e seus conteúdos.
O
jornalista da Tiver João Paulo Gonçalves, afirma que o contributo da Tiver para
com a divulgação da poesia não é, ainda satisfatório. “Isto porque neste meio
de comunicação social não há um programa específico para retratar somente da
poesia. Há um espaço que em que, temporariamente aparece algo sobre a poesia.
Falo de “Café Literário, um programa dedicado à literatura”.
CAFÉ LITERÁRIO é um espaço televisivo que divulga e
promove o mundo da literatura, junta ao imaginário literário o audiovisual,
numa construção que valoriza ainda mais obras e autores. O programa é também um
espaço de conversa, com nível à volta de obras e temas e a sua ligação no tempo
com o contexto atual da vida cabo-verdiana. O programa tem lugar todas Quintas Feiras após
o telejornal na Televisão Independente de Cabo Verde (TIVER).
Quanto
à rádio, pode-se dizer que, como mais antigo
meio de comunicação oral em Cabo Verde, tem sido, ao longo dos anos da sua
existência, um parceiro de tudo que esteja ligado à Cultura Cabo Verdiana.
A Poesia
teve e tem um papel na transmissão de estado de alma do cabo verdiano nas ilhas
e na Diáspora. Juntamente com a Música, a Poesia, levada pelas ondas sonoras da
Radio para todos os habitantes das Ilhas e mais recentemente através da emissão
online, de um programa da RCV que atende pelo nome de “Música e Poesia”.
O
programa é emitido todas as quintas feiras às 23horas na Rádio de Cabo Verde
(RCV). É composto por músicas, mais precisamente mornas e poesias.
Poesia que o
apresentador Lobo, recebe do público neste momento
através do facebook, no messenger e nos email do Musica & Poesia bem como
no seu e-mail. Mas têm centenas de cartas guardadas na Rádio em Cabo Verde que
lhe foram enviadas durante os mais de 40 anos da sua permanência na rádio e
ainda recebe cartas com Poemas.
Nas
palavras desse apresentador têm conseguido atingir os
seus objetivos em parte. Posto que, os jovens nem sempre viam na poesia algo
que fosse mudar o mundo.
Mas, com a persistência de programas de Rádio e também
com a divulgação em outros meios de comunicação existentes em Cabo Verde e mais
recentemente com a INTERNET a poesia está bem viva na Alma de todos nós.
Diz
ainda que, até os mais recentes Rappers utilizam a Poesia para fazer chegar as
suas mensagens aos responsáveis pela tomada de decisões de todas as Nações. Por
isso acredita que não é vã a sua persistência em manter na Rádio de Cabo Verde
o MUSICA & POESIA um dos programas mais antigos ainda com vida, vez e voz.
Este termina dizendo que “enquanto tiver VEZ e Voz darei o meu contributo para que a poesia das Ilhas
e da Lusofonia vivam e esteja bem presente na vida de todos nós! Porque de
Poeta e de Louco...todos nós temos um pouco”.
Tendo
chegado ao fim desta reportagem, deixo ao leitor um poema de uma estudante
da Uni-CV e elemento do grupo “Fora do Palco”:
O último poema que eu fiz
Será gravado numa folha seca de papiro
Mergulhada no oceano
Terá o selo mais bonito feito
Da única areia que transluz o infinito
Será lido por um poeta adormecido
Que passa a eternidade no fio da faca
Reluzindo os versos mais bonitos
Que ainda não foram escritos
Abraçará o coração do homem
Que nunca foi poeta
E da mulher que nunca
Decifrou um verso.
O último poema que eu fiz
Será encontrado no ponto final
Do meu último suspiro
E será resgatado no beijo frio
Do meu último adeus!
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Bilingue no polo educativo de Ponta d’ Água
Patrícia Varela: Desde quando é que foi proposta o
ensino do bilingue nesta escola?
Fernando Jorge: O ensino do bilingue foi proposta no ano 2013 /2014, quando o ministério da educação, nos lançou este
desafio de instruir e formar os nossos alunos de Ponta d’ Água o bilinguismo.
PV: O estudo do bilingue foi
implementado apenas nesta escola?
FJ: Não. Não só a escola de Ponta d’Água
como também a escola de Flamengos no conselho de São Miguel cujo Professor é
Augusto Correia, acolheram neste ano lectivo a experiência da educação do
bilingue em Cabo Verde.
PV: Qual é a sua posição em aceitar esta
proposta de ser um dos Professores bilinguista deste estabelecimento?
FJ: Como Professor da escola básica de
Ponta d’Água mostrei-me satisfeito com a experiência e considero que a língua
Cabo Verdiana é a base para se apreender qualquer outra língua.
PV: Como avalias os alunos nesta fase da
adaptação dessas duas línguas?
FJ: O balanço foi positivo, e os alunos demostram
á vontade ao falar em Crioulo e expressam as suas ideias e isto tem revelado aprendizagem
significativa em duas línguas.
PV: Como sabemos ainda não existe no
mercado os materiais didáticos para o ensino e aprendizagem do bilinguismo.
Então qual é a sua opinião e dos seus colegas em relação a isso?
FJ: Em relação a isso posso afirmar que
as nossas opiniões são unânimes, pois a falta de materiais didáticos são os
principais constrangimentos no ensino e aprendizagem do Crioulo.
PV: Se não existe materiais didácticos ,então
como é que vocês planejam as aulas?
FJ: As aulas serão sempre planejadas, isto
porque somos nós os próprios Professores que têm de procurar, criar e adaptar
para seleccionar os conteúdos levar e para sala de aulas.
PV: Na sua opinião o bilinguismo tem
“futuro”?
FJ: Eu acho que sim, uma vez que o
Ministério da educação e desporto pretendem generaliza-la no futuro por todas
as escolas do ensino básico com o objectivo de valorizar a língua Cabo Verdiana
e melhorar a aprendizagem da Língua Portuguesa.
sexta-feira, 21 de abril de 2017
Tu Mulher
Tu,
Mulher
Que
ainda nesta idade
Tens
esta atividade,
Diz a
mocidade,
Que
enquanto há vida
Há
lida
Se o
mundo reconhecer
Que a
complexidade da vida
É
parecisda á uma teia
Emaranhada
Que,
para ser desembrulhada,
Merece
ser trabalhada,
Deixaria
de existir
A
droga
O
roubo
A
guerra e a prostituição
Que o
mundo seria mais belo
Seguindo
os conselhos
Dos
velhos
Autor:
José Miranda
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